Thursday, January 31, 2008

Como começar bem o dia

Metro, mais ou menos 8 da manhã. O tempo não ajuda na entrada na segunda metade da semana: continua cinzento com a variante a chover. Entretida com a Biografia de Fidel e com o Pablo Milanés a dizer-me aos ouvidos “de que callada manera” (ah pois, isto é para entrar totalmente no clima) dou por mim a sentir-me observada.

Reparo que tenho à minha frente uns olhos castanhos enormes a olhar para mim com um sorriso que acompanhava a dimensao e a expressividade do olhar. Devolvi o sorriso e a pessoa que o acompanhava sorriu também.

A certa altura o miúdo diz “Mamãe a garota lê o espanhol”. Óbvio que tive de soltar uma gargalhada. Apresentei-me e ele com uns olhos a brilhar ainda me referiu “pô, da terra do Ronaldo!”.

Quer queiramos quer não é o Rapaz que tem o nosso cartão de visita.

A história da família, semelhante a milhares de histórias por esse mundo fora: à procura de melhores condições de vida, medo da violência, farta de corrupção e da sensação que, por mais que se lute os vitoriosos estão previamente dedidos em jogos em que só alguns sabem as regras.
Entretanto a voz da senhora lá anunciava a chegada de ZUID/WTC (e lê-se “zaut vei tei cei” e ele ainda me gritou “Aníá, ‘cê vem amanhã?

Tuesday, January 29, 2008

Dias cinzentos = Depressão

Comecei a reparar que há uma relação directa entre a minha falta de energia ou de paciência para as pessoas e o céu cinzento.

É que aqui o céu funciona como um tecto tão baixo que torna quase impossível respirar fundo.

Lembro-me que quando me diziam que a taxa de suicídio na Suécia era elevada devido à falta de Sol, costumava pensar “gente desocupada dos países desenvolvidos. Falta de ocupação daquelas cabecinhas é o que é”.

Agora percebo-os – não que esteja a pensar no suicídio, longe disso. Mas que deprime, lá isso deprime. Quando o céu não está limpo – e isso refere-se a 90% dos dias – parece que sufoca e oprime. Parece que nunca amanhace totalmente e o dia oscila entre a noite cerrada e o lusco fusco.

Espero ansiosamente pela chegada do horário de Verão.

Monday, January 28, 2008

Porque e que os gajos sao bons


Porque nos fazem lembrar coisas destas: 50o Aniversário da Lego.

Sunday, January 27, 2008

Mea culpa, mea culpa...

Sim a Menina é Ignorante. Segundo o Progenitor, aqui o Rato ou Urso é o Misha e parece que foi a Mascote dos Jogos Olímpicos de Moscovo (será que posso utilizar a desculpa do “eh pá, ainda não era nascida?) e uma grande vedeta lá para os lados da Praça Vermelha. Devia ter percebido com a Kalashnikov mas pensei que fosse apenas parvoíce. Seja como for a apoteose era mesmo a cena do Mc Donalds.

Pela redenção, já cantei 3 Internacionais e rodou em loop a Carvalhesa e espero estar perdoada... A Sibéria é que não que para frio já bem basta Amesterdão :-)

Wednesday, January 23, 2008

Notícias das 3 das tarde

O que gosto mesmo é de ouvir um dirigente associativo a falar dos estudantes na terceira pessoa do plural: "'Eles' ficaram alerta".

Tuesday, January 22, 2008

Triste, triste...

é uma pessoa avançar na idade, ter este brinquedo e aquele e ainda não andar a brincar literalmente por falta de baterias...

a partir do próximo fim-de-semana
Welcome to the playground

Monday, January 21, 2008

Flix e Trix

Já estou na onda do Europeu! Não fosse a empresa Japa patrocinadora oficial do evento e nunca me tinham convencido a isto.
No Kick-off Event (ui, finório!) apresentaram as mascotes do Campeonato (presencialmente)e são muito muito simpáticos e muito divertidos. O Flix e Trix. Apareceram no meio de umas apresentações chatolas com "a" Taça. Atenção ao pormenor da utilização do artigo definido. Era "A" Taça. Sim, sim, essa mesmo que daqui a uns meses estará nas mãos dos nossos patriotas. (a lavagem cerebral está quase completa; quase porque ainda falta ouvirem-me dizer bem do Scolari e acreditar que o Deco é Português).
Há provas (que é como quem diz, há momentos Kodak) daqui da Menina com o Flik (ou o Trix) - que eu ainda não os reconheço e a bendita (lá com a Grécia escancarado) e que chegarão às mãos de alguns privilegiados num futuro próximo.

(sim, sim... eu também preferia a Nelita a gritar pela Força)

Saturday, January 19, 2008

um bocado otário ó Zé!

Segundo o Público de ontem, pela saída do BCP, Paulo Teixeira Pinto vai receber 10 milhões de euros e com o compromisso de receber até final de vida uma pensão anual equivalente a 500 mil euros.

O Mourinho ainda ganhou uma Taça da Liga, um Campeonato e apesar de as coisas não estarem famosas no início da época 2007/8, é querido pelos adeptos do Chelsea. E PTP? OPA do BCP sobre o BPI, fracassou. O BCP assumir-se como líder de mercado também fracassou. Uns produtos financeiros que foram uns autênticos flops...

Tudo bem que o Mourinho ainda foi pago em Libra, mas parece-me que devia receber umas lições de negociação com o outro...

eh pá... Não!

E se vivêssemos na Ibéria?

Wednesday, January 16, 2008

"to xim?"

"Olá chefinho. É só para dizer que a concorrência ofereceu-me uma melhor posição, a ganhar mais e até já tenho a carta de demissão preparada. Mas fosse possível, queria era ficar de licença sem vencimento? A sério? Faça lá esse jeitinho... Sabe o que é? É que, apesar de ir ganhar batuladas de dinheiro aquilo anda lá para tudo em guerra e não sei quanto tempo aguento lá o tacho. Eu sei que a mudança de emprego implica sempre um risco. Eu sei que por isso é que é um risco porque tem essa incerteza incorporada... mas tá a ver, assim uma mudança sem garantias de futuro, é complicado. Ah... não dá mesmo. Então e se eu não entregar a carta? Assim poderia voltar caso não ficasse com a posição. Sabe como é aquela gente... Conflitos de interesses? Lá agora... então por estar a mudar-me da parte de estratégia da maior empresa do sector e querer ir para a estratégia da segunda maior do mesmo sector e poder ter a hipótese de regressar lã poria em causa algum interesse. Pode ser? Porreiro, pá. Ficamos assim combinados.”

Provavelmente a coisa não se passou assim. Provavelmente passou-se num sítios de topo da capital, onde um jantar custa o mesmo de um salário mínimo. Provavelmente há já alguns meses.

Revolta-me profundamente a falta de sentido de moralidade desta gentinha. Revolta-me ainda mais a Gente não se revoltar.

Felizmente não pago impostos aí no Rectangulozinho nem sequer tenho sou cliente das empresas envolvidas.

Sunday, January 13, 2008

E como não há dois sem três

Eis que o ano começa com um novo blog. Por agora (sim, porque a porta está aberta a quem quiser participar), 4 Tuguinhas, separadas pela França (já que duas estão na bela Holanda e as outras duas desterradas lá na Ilha de sua majestade) vão dedicar-se às Artes que têm em comum: a Imagem.

Caso queiram passem por lá Se toda a gente pode... paçam-se pilhos

Espírito Latino

Uma das coisas que sentia falta no ambiente de trabalho holandês é da falta de boatos. Sim, sim... do “a nova de Financeiro que anda a dormir com de Supply Chain do segundo andar”, a não sei quantas que não fala com a outra. “Ah e o top da loira”, o outro que está mais gordo, o corte de cabelo cai-lhe mal... NADA!! É um aborrecimento. Ninguém comenta a vida alheia e quando comentam são sempre aquelas piadas à António Sala, maldozas mas sem sumo.

Até que (abençoado) tenho um brasuca, ainda por cima gay (abençoado ao quadrado) – até nisto... se fosse em Portugal haveria boatos “humm, para mim é gay, vi-o no bar tal”, aqui é mais que sabido e aceite (aliás se fossem a eleições ganhavam); se houvesse qualquer tipo de boato seria “humm, acho que é hetero e casado (a).

Assim sendo, para além de podermos falar em código, ou seja, em português (se bem que cada vez que falo oiço um “Oi?”), que ele não se coíbe de usar à frente dos outros ainda tenho melodias para os meus ouvidos: “tá vendo essa loira a passar? Q’horror! Pirúa. Minina, detesto ela... sabe que a apanhei escutando as portas. E berra no celular... não, um horrô” ou então “esse é piquinininho, não é não? Acha que chega ao armário?”

Friday, January 04, 2008

Você e Eu

Quando tive a notícia que a Teresa Salgueiro iria sair dos Madredeus torci o nariz e egoisticamente pensei "hum, e agora quem é que canta Lisboa? Quando é que voltarei a ouvir esta, esta e esta?".Uma parvoíce porque há imensos compositores que usam como musa a cidade mais bonita do Mundo.
Para ajudar, na reportagem usavam como música de fundo "O Leãozinho" interpretado pela Teresa e aquilo não cai bem no ouvido. Por mais que goste de covers, a interpretação nem era em Português de Portugal nem do Brasil e dá uma miscelândia de sonoridades que não me convenceu. O meu Tico e Teco, fazem uma ligação directa entre o Caetano e O Leãozinho e aquilo pareceu-me esquisito.
Até me ter deparado com o mais recente album, "Você e Eu", em que a Senhora pede uma ajudita ao Septeto de João Cristal e re-interpreta alguns clássicos da música Brasileira. Uma delícia. A ouvir aqui. Gosto muito, mas mesmo muito da versão da Valsinha, Inútil Paisagem, Valsa de uma Cidade.
Ainda na onda do "Afinal até se safa bem", dei com um album dela com o polaco Preisner, compositor responsável de algumas bandas sonoras do gigante Krzysztof Kieslowski e que é algo que toca, caso ela exista, a perfeição.

(e uma voltinha, em 2008 pela Laranjinha? Não? Juntava-se a comunidade migratória tuga e brasuca num concerto em vondelpark... hummm, bem bom!)

Thursday, January 03, 2008

Praga e a Cultura

Uma das coisas porreiras de viajar para uma cidade desconhecida com latinos é o facto de não haver planos. Há uma série de ideias desorganizadas e sítios a visitar mas nunca um plano previamente estabelecido. Os planos vão ocorrendo ao longo do dia.
Ora, ainda nos estávamos a habituar ao frio quando esbarrámos com um edifício lindíssimo. Dado o enrelegamento do grupo, resolvemos entrar. Era um (dos muitos, viemos a descobrir mas tarde) sítio de espectáculos, a Prague State Opera.
Entrámos, havia bilhetes disponíveis, estava quentinho, e porque não: dança contemporânea ao som da música de Philip Glass (compositor de inúmeras bandas sonoras como As Horas ou The Fog of War - filme que passou despercebido em Portugal mas que aconselho vivamente) e de Dead Can Dance (grupo da música da dita alternativa cujos membros têm projectos individuais nas quais se incluem algumas bandas sonoras que não tenho na memória).
O interior é de uma beleza incrível, inspirada na Opera de Viena e os preços... pagámos aproximadamente a extraordinária quantia de 2 euros.
Inspiradas pela oferta musical que a cidade nos oferecia, ainda tivemos tempo para ver Rigoletto, de Verdi - para quem não está lembrado, é aquela que diz que "la donna e mobile" que o Pavarotti costumava cantar. Pois é, por uma opera, com orquestra, esbanjámos cerca de 8 euros.
Para acabar em beleza ainda tentámos ver o Romeu e Julieta no National Theater - que encontrámos por mero acaso - mas já não havia bilhetes disponíveis. Ao invés resolvemos ver o Lions for Lambs que, enfim.. não tenho nada a acrescentar... mas regozijo-me de não ter nomeações para os Globos de Ouro! Perante as barbaridades que li, acredito que haja muito bom crítico de cinema desiludido.

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