Sunday, October 29, 2006

Cultura em Portugal & Pires de Lima

Começo a considerar que a Clara Pinto Correia é que tinha razão: 1% do Orçamento de Estado nas mãos da Senhora é um perigo público e um desperdício...

Parece que queria "retorno" das Cidade da Cultura...

Sumidades... (digo eu)

Wednesday, October 25, 2006

Vida moderna, falta de tempo e mensagens pessoais…

Hora de almoço. Falava-se de trivialidades, nada de importante, quando uma das meninasvsaiu-se com: “sim, com frequência respondo a anúncios pessoais de Jornais”. Perguntei-lhe se se sentia confortável nessa situação, se não teria de passar por situações complicadas. Justificação: “Trabalho em vendas, estou todo o dia com pessoas e não tenho paciência para conhecer novas”.

“Humm, pragmatismo holandês…”

Fiquei a pensar como seria o meu anúncio caso recorresse a um “método” semelhante. Se pensarem é complicado. Só me veio à cabeça música da Alanis:

Do you derive joy when someone else succeeds? Do you not play dirty when engaged in competition? Do you have a big intellectual capacity but know that it alone does not equate wisdom? Do you see everything as an illusion? But enjoy it even though you are not of it? Are you both masculine and feminine? politically aware? And don't believe in capital punishment?
These are 21 things that I want in a lover. Not necessarily needs but qualities that I prefer. Do you derive joy from diving in and seeing that loving someone can actually feel like freedom? Are you funny? la self-deprecating? like adventure? and have many formed opinions?
These are 21 things that I want in a lover. Not necessarily needs but qualities that I prefer. I figure I can describe it since I have a choice in the matter. These are 21 things I choose to choose in a lover. I'm in no hurry I could wait forever I'm in no rush cuz I like being solo.There are no worries and certainly no pressure in the meantime, I'll live like there's no tomorrow.
Are you uninhibited in bed? more than three times a week? Up for being experimental? are you athletic? Are you thriving in a job that helps your brother? are you not addicted? ...curious and communicative...
Humm, anyone?? Guess no!...

Ou então tenho de fazer como a inglesinha que me acolheu nos primeiros tempos, que cada vez que sai para o ginásio diz: “just a moment! I need to put my face on”. Disse-lhe: “you’re going to the gym!! Why do you need that?”. Ela olhou-me com os grandes olhos azuis esbugalhados e respondeu-me como se fosse a coisa mais natural do Mundo “So, you’ll never know where you’re gonna find you’re prince charmed”. Justificação lógica, aonde é que eu estava com a cabeça?

Sorri. Poque sinceramente acho que os Sapinhos têm normalmente um sentido de humor muito mais interessante do que o Príncipes. Sapinho ou a versão Sapinho séx. XXI, sem sombras de dúvidas, Shrek! É claro, desde que traga o Donkey atrás (e se não for pedir muito o fantástico Puss In Boots).

Tuesday, October 24, 2006

Aulinhas de Dutch

Comecei hoje as aulinhas de Dutch... Muito complicado! Eu e a espanholita (com quem fui ver o Real x Barça - outra desilusão para os meninos da cidade de Gaudi) vimo-nos bem Gregas, passe a mistura de nacionalidades. Mas fica aqui o segredo: quando não se sabe pronunciar acrecenta-se um rrrrrrr nas sílabas. Por exemplo: Van Gogh. Esqueçam perguntar a alguém pelo Museu de Van Gogh... Mas se disserem Van Gorrrrrr something, é bem capaz de resultar!

E estreou cá o filme do meu-mais-que-tudo-também-conhecido-por-Woody-Allen, com a não menos fantástica Scarlett Johansson. Lá começa o vício...

Ainda em Choque II

Talvez por ter o 1984 como livro de cabeceira que não me conformo com este tipo de notícias. A clarividência com que Orwell descreve a sociedade “Big Brotheriana” e a aflitiva aproximação à nossa realidade deixa-me sem palavras.

Talvez por ainda acreditar na Raça Humana, fico sempre à espera de qualquer intervenção de uma qualquer uma organização internacional.

Se calhar deveria passar a esperar por um milagre…

Monday, October 23, 2006

What if you had a second chance with the one that got away?

Lembro-me particularmente da cena do final: “Baby, I think you’re gonna miss that plane”. “I know”. Com Nina Simone a cantar no fundo. “Just In Time, you found me just in time, before you come my time was running low…” do jeito único e singular que só ela o sabe fazer!

Só para anunciar aos interessados que estes (e está no plural porque veio com o Before Sunrise como anexo) dvds estão adiciondaos à minha Biblioteca pela módica quantia de €2.5 (por extenso, para os distraídos: dois-euros-e-cinquenta-cêntimos).

(quem não conhece os filmes, garanto que melhora a Vida!)

Feedback do Primeiro Team Meeting

Um homem está a conduzir o seu carro, quando a certa altura percebe que se perdeu. Dá conta de outro homem que passa por perto, encosta ao passeio e
chama-o:
- Desculpe, pode dar-me uma ajuda? Prometi a um amigo encontrar-me com ele às 14h, estou meia hora atrasado e não sei onde me encontro...
- Claro que o posso ajudar. O senhor encontra-se num automóvel, entre os 38 e os 39 graus de latitude norte e os 9 e 10 graus de longitude oeste, são 14 horas, 23 minutos e 42 segundos, hoje é quarta-feira e estão 27 graus centígrados.
- O senhor é informático?
- Exactamente! Como é que sabe?
- Porque tudo o que me disse está correcto do ponto de vista técnico, mas é inútil do ponto de vista prático. De facto, não sei o que fazer com a informação que me deu e continuo aqui perdido.
- Então o senhor deve ser um chefe, certo? - Responde o informático
- Na realidade sou mesmo. Mas... como percebeu?
- Muito fácil: não sabe nem onde se encontra, nem para onde ir; fez uma promessa que não faz a menor ideia de como vai cumprir e agora espera que outro qualquer lhe resolva o problema. De facto, encontra-se exactamente na mesma situação em que estava antes de nos encontrarmos, mas agora, por um qualquer estranho motivo... a culpa acaba por ser minha!


Primeira novidade para a mim: não houve a necessidade de recorrer a power points com gráficos manhosos e análises numéricas de imparcialidade muito duvidosa para provar o quão brilhante é a Gestão.

Foram discutidas situações (reais), do quotidiano de todos.

O chefe (o Escocês) tinha regressado de Varsóvia (humm, muito boas recordações) encontrar-se com os big-big-boss. Comentário dele: “Bem pessoal, o que se passou na Polónia, para além de duas bebedeiras com a equipa Inglesa (REPARO: a honestidade que põe nas coisas: para quê andar a referir que SÓ se trabalha nesses meetings e o quanto cansado regressou da intensidade de reuniões e que apesar das brilhantes ideias que apresentou não foram aceites, quando TODA a gente sabe que não é assim e que há lugar para a paródia e que é importante haja, mais não seja para construir alguma relação quando a empresa está dispersa geograficamente), foi o chegarmos a conclusão que temos de melhorar processos e não sabemos como. Os americanos apresentaram uma proposta que não me parece boa. No entanto, como vocês estão na parte operacional penso que terão em melhores condições de apresentar propostas. Por isso apresentem sugestões, não interessa se são boas ou não, para isso estamos cá nós”.

Assim, de uma forma tão simples pôs toda a equipa a trabalhar num sentido. Para além de ter conseguido trazer mais poder de decisão para Amesterdão (sem que para isso tenha de recorrer a fato escuro ou a palavreado difícil ou a apresentações xpto em power point).

Para além do mais, diariamente nos agradece o empenho. Coisas tão simples que fazem a diferença.

(Um aparte: na semana passada pediu-me desculpa por não ter dado a atenção devida, mas que estavam a passar por um processo complicado, patati-patatá. acabou a frase com “vê lá que nem vodka temos tido”. As coisas voltaram à normalidade e 6ª feira lá houve da bendita).

Descobertas Sobre Portugal…

O menino Argentino perguntou-me se 500 euros líquidos era um bom salário para um operário da indústria têxtil em Portugal.

Fiz as contas de cabeça: “bem quase cerca de 40% acima do salário mínimo, mas não é um BOM ordenado”, respondi-lhe.

Ele falou-me que tinha lido numa revista que uma fábrica de calçado em Portugal tinha produtos com preços muito acima do mercado, visto utilizar materiais recicláveis e reciclados, era ambientalmente sustentável e, para além disso, os salários eram bastante elevados – face à realidade envolvente – e algumas regalias raras no país.

Fiquei triste por não conhecer o projecto e por andar assim tão distraída. Enviou-me o link e fica aqui para os mais curiosos… Black Spot Shoes

(obrigado pelo conselho pm!! De certeza que vou segui-lo. No entanto, penso que não nos devemos sujeitar a um Consulado que não funciona, pois afinal ainda temos Direitos! Por mim, e porque já tinha viagem marcada para Portugal, vou lá fazer o Passaporte e aproveito para apresentar queixa. Pode não resultar em nada, mas pelo menos conta para as Estatísticas. Se te quiseres juntar, já somos... 3).

Friday, October 20, 2006

Ainda em choque

Military Commissions Act ou Lei dos Tribunais Militares

Monday, October 16, 2006

Suborno Passional,

Subornei um Cupido que me foi recomendado para te mandar uma seta, era o mais apropriado. Pedi-lhe que fosse certeiro para ver se não sofrias. Quis ver a cor do dinheiro e não dava garantias. Partiu a seta veloz e tocou-te de raspão, ainda ouvi a tua voz, ferida no coração. Ao ver que não reagias passei de mal a pior, já só me via em Caxias, por Suborno e Desamor. Abriste os olhos, primeiro e disseste-me ao ouvido: “Não tens cara de enfermeiro mas tens o meu curativo.” Fui bandido e cavaleiro não me sinto nada mal. Dei bem empregue o dinheiro: Suborno Passional.”

Acham que resulta?

Aviso à navegação

Eu não posso contar as novidades tintim por tintim porque os posts ficam muito longos e sei que a maior parte de vós não os lê.

Por isso aqui fica o resumo:

Encontrei o q procurava: acabaram-se as dúvidas e os medos! Sinto-me completa e compreendida e encontrei alguma paz de espírito.

Às vezes é muito bom arriscar! Nem que seja para bater com a cabeça na parede…

Cada vez mais considero que perdemos muito quando sentimos qualquer coisa que, embora não tenhamos a certeza o que seja, resolvemos não agir e deixar passar. Se correr mal, corre. Pelo menos fico com a certeza: Não é este o caminho.

Neste momento não mudaria nada na minha vida. (Por mais do avesso que esteja, porque, como devem calcular, ainda está. E as coisas estão a acontecer a uma velocidade doida e não me assusta. Assusta-me o facto de não me assustar, porque por norma, e como sabem, “namoro” muito a ideia antes de a concretizar)

(Sabem uma coisa? Parece-me que encontrei a Felicidade (mas digo-o baixinho, não vá a Inveja acordar)).

“Por acaso conheces esta música”

The future teaches you to be alone
The present to be afraid and cold
So if I can shoot rabbits
Then I can shoot fascists
Bullets for your brain today
But well forget it all again
Monuments put from pen to paper
Turns me into a gutless wonder
And if you tolerate this
Then your children will be next
And if you tolerate this
Then your children will be next
Will be next,
Will be next,
Will be next
Gravity keeps my head down
Or is it maybe shame
At being so young and being so vain
Holes in your head today
But Im a pacifist
Ive walked la ramblas
But not with real intent
And if you tolerate this
Then your children will be next
And if you tolerate this
Then your children will be next
Will be next,
Will be next,
Will be next,
Will be next
And on the street tonight an old man plays
With newspaper cuttings of his glory days
And if you tolerate this
Then your children will be next
And if you tolerate this
Then your children will be next
Will be next,
Will be next,
Will be next

E eu pensei “O menino deve pensar que sou uma iniciada”. E respondi “Sim, conheço, o único grupo anglo-saxónico que actuou em Cuba nos últimos tempos e que claramente passa mensagem anti-adminisração Bush”.

Passado duas horas, ao som de um finlandês que canta uma espécie de Bossa Nova, muito, muito bom (mas ainda não sei se gosto… Se calhar é daquelas coisas que, como Pessoa definiu, “Primeiro estranha-se depois entranha-se”) tínhamos descoberto algumas semelhanças entre Portugal e Argentina. Para ser sincera não fiquei nada contente. Depois de algumas trocas de palavras entre Sem Graças (leia-se Economista) já sei que os gajos mantiveram paridade face ao dólar o que fez com que durante mais de uma década tivessem deflação já por si só preocupante e piora uma pouco quando não reflecte a realidade… A acumular com uma política monetária controlada pelo FMI e já se sabe os disparates (uso esta palavra porque estou de bom humor) que os senhores teóricos fazem.

Já tenho companhia para o Futebol: o namorado da espanhola… Esta 4ª feira vou secretamente e muito caladinha apoiar o nosso “Special One” ao lado de um espanhol de Barcelona e ferrenho adepto do clube da cidade. Acho q consegue ser ainda mais ferrenho do que o 8º Exército é anti-benfiquista. Prometo portar-me bem. (Já agora, era assim pró engraçado um bom resultado em Glasgow. Vá lá! Mexam as perninhas. Enganem-se, mas não percam. Só para os chatear).
Começo a pensar que as holandesas são grandes, mas não são grande coisa. Depois de ter enviado um e-mail a uma associação que me foi aconselhada por um colega também apaixonado pela modalidade, fui chamada para “teste”.

Lá pensei “estou desgraçadinha, contra aquelas torres, se sobreviver é uma sorte”. Afinal só me queriam conhecer.

Primeira pergunta: se conhecia as regras?
“What??”. Considerei manter a bola baixa até ver o que queriam “Sim, sei…”

Sabes o que são lançamentos de 3 pontos? (“esta gente droga-se?? Provavelmente percebi mal…”). Vagamente, respondi.
Não vale a pena elevar muito as expectativas… (e sim, terei cuidadinho com o joelho)

Depois de ter encontrado casa (tenho vista para um Parque L I N D Í S S I M O, só tenho verde e um canal… e no fim-de-semana enche-se de famílias e de putos a jogar à bola, tipo cena de filme: aqueles miúdos cujas caneleiras e as botas pesam mais do que o corpo e parece q vão desequilibrar-se e cair a qualquer momento, com os papás como treinadores, são tão queridos!! E as miúdas com caneleiras e tótós, tão queridas), posso dedicar-me à cultura:
Temos a exposição do Bertrand, que já vi em Lx, mas vale sempre a pena, já q o cenário é diferente e o efeito de luzes está muito bom. Ainda por cima ao ar livre;
Próximo fim-de-semana, mostra de cinema Tibete, ver se é porreiro!
Exposição de fotografia sobre parte antiga de Amsterdão.
Começar as aulas de yoga esta semana .


E Papi, ao fundo da rua está a associação Solidariedade com Cuba (nem de propósito)… Há debates semanais e concertos. E tens resmas de livros sobre a Revolução, etc, etc. (E cds…)

Wednesday, October 11, 2006

Vá, quem é amiga, quem é?...

Eu sei que é uma piroseira de todo o tamanho, mas acho piada! Fazer o quê?

(estou feliz: arranjei casa e tenho o BI comigo e tudo, mas mesmo tudo começa a ter sentido)


Pra você eu digo sim (If I fell)

E se a menina fosse pintada por Botticelli?


OK, não é o Nascimento de Vénus, nem anda lá perto mas é Renascentista!...

Querem experimentar? Vão aqui

Tuesday, October 10, 2006

Novidades

Já tenho casinha!! Estou tão contente... É mais difícil casa do que trabalho.

(recebi uma carta da polícia a dizer que tinham encontrado o meu BI. Para ir levantá-lo ao sítio onde fui na 6ª feira e onde me disseram que o tinham enviado para o Consulado. Já não percebo nada!)


Mas já tenho casinha!!

As diferenças…

1. O menino argentino que me está a dar formação teve o seguinte comentário quando me estava a explicar as regiões da empresa: “...depois tens a região do Mediterrâneo, onde estão incluídos Itália, Grécia, Espanha e peço desde já desculpa também Portugal. Não sei porque é que os americanos julgam que Portugal é banhado pelo Mediterrâneo, mas enfim…”

2. Hoje conheci o último elemento da “Equipa”: Americano. Perguntou-me de onde era. “Portugal”, respondi. “oh, another spanish speaker!”

Eu fiquei a pensar “Será que ele sabe que mais ou menos todos os portugueses arranham o portunhol?”

Tinha ao meu lado uma espanhola (a coisa mais despachada, mais desenrascada, mais doida que pode haver, no fundo, uma porreira) que, ainda estava eu nas deambulações, respondeu-lhe, de mãozinha na anca e com sotaque castelhano, que particularmente acho um espectáculo: “tens noção que são países diferentes? Línguas diferentes? Zonas diferentes”. Resposta do parvo “it’s the same piece of land”… Com aquele sotaque à Bush!

Ela desancou nele de uma forma fantástica… não sei porquê fez-me lembrar Pedro Almodôvar!

(Ela agora é a minha Cupida! auto-intitulou-se. Mas é taaaaaaaoooooooo indiscreta! Taaaaaaaaaaaaaao espanhola!).

“Deslarguem-me” que quero bater em alguém

A ida ao Consulado Português em Roterdão

Chegada: 15 horas. Tinha cerca de 4 pessoas à frente, com 3 pessoas a atender.

Chegou a minha vez por volta das 4 da tarde. Atendeu-me um xenhor lá de xima (que penso que falei com ele ao telefone, porque é pouco provável que haja duas personagens assim na mesma instituição, mas vai na volta…). Expliquei-lhe a situação que não tinha nenhum documento oficial que provasse quem eu era (isto dito assim é muito estranho), que precisava de levantar o código do cartão bancário, etc, etc…

“Mâje a menina xtá inxcrita no conxulado?”. Expliquei-lhe que não, porque era recente, patati-patata. “Ai, axim é complicado… Um BI demora xerca de 3 mejes”. Perguntei-lhe o que sugeria. Porque tinha contas para pagar, porque não tinha qualquer tipo de acesso à conta bancária.

“expere um pocaxinho que é melhor falar com a minha colega”.

Muito bem, espera de mais meia hora.

Lá entrei para uma sala onde uma senhora muito bem composta estava à minha espera.

“Ora então conte lá!" (e eu com o sangue a fervilhar mas a tentar manter o sorriso).

Lá lhe expliquei que tinha perdido a carteira, que tinha lá todos os documentos comigo, que neste momento não tinha nenhum documento oficial, mas que o BI tinha aparecido e que tinha sido enviado pela Polícia dia 27 de Setembro… (“deixe-me verificar”. Foi-me buscar uma resma de BIS completamente desorganizados (by the way, estava lá o da Paula Bobone… parece que esse ninguém o quis) e disse: “não, não chegou nada. Aconselho-a a ir à Polícia e perguntar se eles enviaram por carta registada para poderem apresentar queixa”).

Muito bem. Pergunta seguinte: “E se não aparecer? Não posso tratar já do BI?”. Resposta: “Poder, pode mas demora cerca de 2 meses… na melhor das hipóteses. Porque a média anda aí nos 3.”

Respiro fundo.

“Então e o que é que me sugere?”, perguntei eu a medo, já a pensar no “Vá de carro!”

“O melhor é pedir uma Certidão de Nascimento em Portugal, para efeito de BI, vem cá e traz também duas fotografias, enviamos para Lx um pedido para viajar que é válido por 5 dias e lá trata do BI. Leva logo a certidão daqui… é muito mais rápido”. Perguntei se a autorização para viajar era logo enviado de Lx. Resposta: “O melhor é vir por volta das 9 horas, enviamos as coisinhas logo para Lx vai dar uma voltinha por Roterdão que é bonitinho e pode ser que ao meio-dia já cá esteja. Se não, terá de voltar cá no dia seguinte”. No meio das "inhas" todas perguntei: “E não me pode enviar isso para Amesterdão ou eu preencher já o documento, enviar a certidão e depois envia as coisas no final de Out?”. “Ai, menina, isso não… tem de ter a data do dia”.

“Então e se eu preencher os impressos para fazer já o BI, enviar pela DHL ou outra companhia directamente para uma Loja do Cidadão ou para um familiar meu em Portugal e pedir um BI de urgência? Também não dá? Sabe, é que eu trabalho… ”. “Não, não, o regulamento não deixa." [pois é... o bendito REGULAMENTO]

Baixei o olhar, a tentar raciocinar e racionalizar algo que para mim não faz sentido quando olhei para um poster que publicitava o SIMPLEX… O DITO SIMPLEX. Passou-me na mente alguns filmes de Fellini ou Woody Allen, porque efectivamente só rindo. Sem reflectir, disse: “Isto é caricato”… A Senhora fechou o rosto e eu percebi que tinha metido o pé na poça: não sei se ela pensou que chamei ao sistema caricato, se a tinha chamado de caricato ou se não sabia sinónimo de caricato e pensou eu lhe tinha chamado um nome feio.

Perdida por cem, perdida por mil, resolvi arriscar:

“O que é que me aconselha a fazer? Vou ficar mais um mês sem um único documento? E se me pedem algo? O que devo responder? O Consulado não pode fazer nada por mim? Ao menos passa-me um documento a reportar esta situação? Pelo menos para ter algo, qualquer coisa?”

Encolheu os ombros e disse que não havia FORMULÁRIOS para o efeito! [pois é... FORMULÁRIOS]

E porque a paciência tem limites: “Eu estou em solo português a pedir ajuda e está-me a dizer que não pode fazer nada por mim? Que a solução é andar um mês sem documentos? Vocês que nos representam”.

Resposta da Sra: “Repare, eu nem sei quem a menina é!" Achei que não valia a pena.

“Ainda me disse: leve um desses folhetos onde estão os seus direitos. Se vai ficar por aqui tem de se inscrever para votar (e, expressão fantástica) E ISSO TUDO”.

Não me lembro se lhe respondi. Mas sei que lhe lancei o olhar Miss-Iceberg-no-polo-Norte-Sem-Efeito-de-Estufa-à-vista.

Sugestões? Aceitam-se…

Sunday, October 08, 2006

Esqueci-me de um pormenor...

Aqui deixei de ser Hobbit...

Sou uma menina com pés de tamanho considerado normal...

Primeiras Conclusões

CASA: é completamente insano procurar casa em Amesterdão. É pior, mas claramente, pior do que arranjar trabalho. Aliás ir ver uma casa é como uma entrevista de emprego! “Quando decidir digo alguma coisa. Este fim-de-semana vêm cerca de 20 pessoas ver o apartamento”… depois de dizer que ficamos com a casa! Dão-se ao luxo de escolher inquilinos…

TRABALHO: Trabalha-se muito, mas muito menos que em Portugal (mas quando é para trabalhar, trabalha-se)… Não há controlo sobre nada, apenas se confia nas pessoas. Adoece, o médico aconselha a ficar em casa, fica-se… (e diga-se de passagem que normalmente ficam do lado do trabalhador). Sem qualquer tipo de papelada ou de burocracia. Comentários dos colegas: “o tempo não ajuda mesmo nada”. Se fosse em Portugal talvez “sortudo, já se desenfiou mais uma semana” (estou a ser mazinha, eu sei). Relativamente a isso, há algo que ainda não percebi: como é que pode ser tão grande a disparidade dos indices de produtividade entre PT e NL. Bem, também é verdade que vou ficar aqui, logo terei tempo para perceber. Talvez saia uma tese de Mestrado. (brincadeirinha… MESMO!)

IMPOSTOS: 40% que nem o vemos… DIRECTAMENTE para os bolsos do Estado. Vantagens:

  • quando fui tratar do sofi number (é qualquer coisa do género “número de contribuinte”) tinha marcação às 13H45 (telefonaram e enviaram carta). Cheguei lá às 13H43 e o número de atendimento era já o 790 E. Estavam 3 pessoas a atender. Eram 14H10 e tinha tudo tratado.
  • grande ajuda na compra de casa: tem-se retorno de quase 1/3 (um terço, UM TERÇO)
  • cursos de Dutch gratuitos para estrangeiros (sem lista de espera)
  • financiamos também a saída dos meninos da casa da mãezinha aos 18 anos (ABENÇOADOS): porque há um sistema que funciona e o pessoal é incentivado a sair da casa dos papás já que se consegue arrendamentos muito acessíveis em zonas privilegiadas.

Saturday, October 07, 2006

Fim de semana…

Chove torrencialmente. Vento, muito. Frio, também. Começar o fim-de-semana com sushi e um rosé divinal. Rir desalmadamente de coisas parvas ao som de música dos anos 80. A seguir um filme com final feliz.

Muito bom!

Friday, October 06, 2006

“Bossa Nova é capaz de ser a melhor invenção de sempre!”

Os olhos do menino brilhavam ao dizer esta frase! Ups, já tem a minha atenção…

A frase foi proferida pela pessoa responsável pela Formação (é que aqui formação É MESMO FORMAÇÃO) aqui da Menina. Argentino, criado em Miami que, desiludido com o curso de Economia, não pela temática propriamente dita, mas pela forma como é ensinada (alguma semelhança é pura coincidência) rumou à Laranjita.

Como é óbvio, a conversa estava lançada: globalização, sustentabilidade ambiental, pobreza, ONU, o palhaço do Bush e toda a comunidade internacional que o apoia ou consente (que acaba por ser o mesmo).

Falou-me de algo que desconhecia: um arquitecto e um químico, Bill McDonough e Michael Braungart, respectivamente, resolveram juntar a máxima económica com a ambientalista. Como? Afirmando que o problema das sociedades modernas é que o crescimento não segue as leis da Natureza. Ou seja, que é possível que o crescimento seja bom, seja qual for a sua vertente: uma fábrica que produz materiais têxteis mas que também purifica a água e fabrica oxigénio. Por isso, para eles, a discussão não é entre crescimento e não crescimento. A discussão é sobre o que deve crescer: como refere Michael Braungart, com cada caso de leucemia criamos algo em torno de nove empregos. Assustador se pensamos que é este o nosso programa de criação de empregos. O objectivo não é regulamentações governamentais mais rigorosas. Acreditam que desde carros até centros urbanos, podem ser projectados de forma a nunca poluir. “Não desejamos minimizar os resíduos; queremos eliminar todo o conceito de resíduo.”

Demasiado utópicos? Ficam alguns exemplos, reais:

· Plano de transformação da fábrica de River Rouge da Ford Motor - a nova fábrica de montagem da Ford terá um tecto "vivo" de cerca de 135.000 metros quadrados. É constituído por finas camadas de materiais absorventes, nutrientes e plantas que absorverá a água da chuva, capturará partículas suspensas no ar e isolará a fábrica. Assim, em vez da água da chuva atingir uma superfície dura, atinge algo macio, é filtrada, purificada e leva três dias para que escorra novamente para o Rio Rouge. Actualmente, demora menos de dez minutos carregada de substâncias químicas e compostos tóxicos. As plantas também produzem oxigénio, absorvem as emissões de dióxido de carbono e absorvem partículas para melhorar o ar. Desta forma, as plantas limpam o ar. [Se um edifício pode actuar como uma árvore quais as repercussões se pensarmos numa cidade – qualidade do ar, temperatura,…,]. Os estacionamentos são construídos com pedras de tamanho muito similar que se parecem com uma esponja, mas são perfeitamente flexíveis e muito duráveis. Assim, o estacionamento absorve a água (como um reservatório gigante) e coloca-a num pântano construído que rodeará o complexo industrial, purificando-se ao longo do caminho. Racionalidade Económica: menos custos energéticos, resíduos e potenciais custos de cumprimento ambiental. O tecto habitat custará cerca de US$ 13 milhões. No entanto, fará com que a Ford poupe até US$ 48 milhões na construção de canos subterrâneos e instalações de tratamento de produtos químicos para atender aos padrões estabelecidos pela Agência de Protecção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos.

· A Nike implantou um programa chamado “Reutilize-um-Sapato”, numa reciclagem “descendente” de ténis usados. A borracha da sola e a espumada meia-sola dos ténis usados são convertidas em material de revestimento de pistas de corrida e outras instalações atléticas e playgrounds. O tecido da parte superior transforma-se em estofamento para carpetes.

O livro chama-se “Cradle to cradle” e como devem imaginar não vai ser impresso… Parece que é feito de um material plástico que poderá ser utilizado noutro livro.


Quanto à Bossa Nova, é mais um apaixonado pela temática. Claro que, como qualquer pessoa de bom gosto, ficou com uma pontinha de inveja no olhar quando disse que ia ver Chico Buarque ao vivo (ah pois é... é só para alguns!). De Chico, a Caetano, João Gilberto, Milton, passando pela inesquecível Elis e a filha (que ele não conhecia, mas fiz questão de a apresentar), Jobim, Vinícius, Toquinho, Seu Jorge, Astrud Gilberto, Adriana, Marisa Monte (que também não conhecia),…, enfim… grande tarde de Formação… Entretanto Argentina, sinónimo de Astor Piazzolla: a bem dizer, aqui a menina vai ter a discografia do Mestre em mp3… (eu sabia que havia um motivo para me ter mudado para a Holanda…).

Falou-me de um cd da Rita Lee de covers dos Beatles que desconhecia. Quando vi o dvd (o menino tem uma colecção de babar…), engracei com esta música. Eu sei que a letra é um pouquinho pirosa, mas fica uma informação para os interessados: videoclip é com o grande Reynaldo Gianecchini

Pra Você Eu Digo Sim

Rita Lee

Se eu me apaixonar, vê se não vai debochar da minha confusão
Uma vez me apaixonei e não foi o que pensei estou só desde então...
Se eu me entregar total, meu medo é você pensar que eu sou superficial
Se eu não fizer amor assim sem mais
Se você brigar e for correndo atrás de alguém
Não vou suportar a dor de ver
que eu perdi mais uma vez meu amor ... uuhh...
Mas se eu sentir que nós estamos juntos
longe ou a sós no mundo e além
Pode crer que tudo bem, o amor só precisa de nós dois mais ninguém... uuhh...
Se você quiser ser meu namoradinho
E me der o seu carinho sem ter fim
Pra você eu digo, sim!!

If I Fell In Love

The Beatles

If I fell in love with you
would you promise to be true
And help me understand
'Cause I've been in love before
And I've found that love is more
That just holding hands

If I gave my heart to you
I must be sure from the very start
that you would love me more than her

If I trust in you, oh please
don't run and hide,
if I love you too, oh please
don't hurt my pride like her

'Cause I couldn't stand the pain
And I would be sad
If our new love was in vain

So I hope you see that I
would love to love you
And that she will cry
when she learns we are two

'Cause I couldn't stand the pain
And I would be sad
If our new love was in vain

So I hope you see that I
would love to love you
And that she will cry
when she learns we are two
If I fell in love with you


Monday, October 02, 2006

Estou Feliz...

Há pessoas que nasceram como uma estrelinha que, para além da sua função de irradiar luz deixam um rasto que contagia os panetas que as rodeiam, por definição, sem luz própria.

Assim, e apesar dos 3000 km que nos distancia conseguiste pôr-me a sorrir o dia todo.

A bem dizer, não me espanta que numa entrevista os ingleses não te tenham deixado escapar pois só se fossem tontos o fariam e de tonteira e de Factor “C” já temos o nosso Rectangulozinho como Mestre…

Deixo-te aqui os meus sinceros Parabéns. Pessoalmente, sinto-me afortunada por os nossos Destinos se terem interceptado e de continuares ano após ano a iluminar o meu planeta.

Fica adiado o Brasil (embora ainda tehamos mais 50 anos de esperança média e vida e tantos outros países) and… we’ll always have Paris (pelo menos pelos próximos tempos) …

Sunday, October 01, 2006

Just Because...

...ainda sem documentos e sem casa num Domingo em que chove e troveja... In the mood for Caetano. Parece que o homem tem sempre razão...

Sem correr
Bem devagar
A felicidade voltou para mim
Sem perceber
Sem suspeitar
O meu coração deixou você surgir
E como o despertar depois de um sonho mau
Eu vi o amor sorrindo em seu olhar
E a beleza da ternura de sentir você
Chegou sem correr
Bem devagar
Amor velho que se perde
Sai correndo para outro ninho
Amor novo que se ganha
Vem sem pressa, vem mansinho

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