Sunday, February 22, 2009

The Iron Wall

Uma das coisas que gosto cá no fim-do-mundo é que há manifestações frequentes: ou é em defesa da saúde pública, ou é contra o Tratado de Lisboa ou é contra a legalização do aborto. Ultimamente, todos os sábados há manifestação contra a invasão da Faixa de Gaza por Israel. E o percurso é o mesmo: começa na praça principal cá da terreola até ao Tesco cá do sítio.

Objectivo: sensibilizar as pessoas para o boicote de produtos israelitas, exigir que as empresas irlandesas deixem de investir em Israel. Marcas a boicotar: todas as que o código de barras comece por 079.

Esta semana, para além da manifestação, houve a mostra de um documentário "The Iron Wall", com o apoio da Amnestia Internacional. Se julgava que já tinha visto tudo em relação à violação dos direitos do homem este documentário veio acrescentar mais qualquer coisita. Dei por mim a sentir uma revolta enorme pela nossa comunicação social (ou, como os apelido "copy-pasters" da Agência Lusa) ser tão conivente com esta situação. Comparar o Hamas ao exército israelita, mesmo por pura ignorância, deve ser considerado maldade.

Nas buscas na internet, encontrei o documentário online: The Iron Wall.

Mais claro que isto, torna-se impossível: o documentário mostra sumariamente a evolução da questão irael/palestina desde os Acordos de Oslo até à construção do muro mostrando quais os interesses de ambas as partes. Em Portugal, as televisões mostram como o Hamas ataca.

No final, era suposto haver discussão sobre o tema. O representante da Amnestia começou por dizer que a organização era contra sanções, muito embora, em situações extrema apoiasse boicotes (?) e que acima de tudo expunha situações de violação de direitos humanos e não tomava posições políticas(?) (Até fiquei parva, e agradeci a mim mesma nunca ter entrado na Amnestia). É nesta altura, que se levanta um irlandês (típico irlandês) do partido socialista cá do sítio (mas cá são mesmo socialista) - e eu sei porque já o tenho visto em manifestações - se levanta e argumenta que tudo é política, que este é um problema político e tem de ter uma solução política. Eu acho que o badocha da Amnestia não teve arcaboiço cultural para o gajo do partido pois, este último continuou (e utilizando uma expressão de um ilustre ministro português - e espero não ter de me desculpar) a "malhar" no pobre coitado e houve alguém (penso de outra organização) que interveio e a coisas ficou por aqui.

Apesar dos pesares, uma boa iniciativa.

0 comments:

Blogger Templates by OurBlogTemplates.com 2007