Tuesday, August 07, 2007

A primeira despedida

Ontem adormeci a lembrar-me dela. Recordei de quando a conheci. Tinha regressado de um fim-de-semana prolongado em Barcelona. Chegou, para não variar, atrasada. Olhou-me com uns olhos azuis brilhantes, mão na anca e com uma espontaneidade inigualável disse-me “hey, you’re new! I’m Marta” e, para além de me ter cumprimentado com dois beijos - algo que em ambiente de trabalho na Holanda é impensável - disparou uma série de perguntas que na altura considerei roçar a bisbilhutice. Passada meia-hora estava a convidar-me para café. Ao almoço para irmos jogar futbolín, o que ela agora, dp de mt treino diz matraquinnhos (“hi, can you give me some change for the matraquinnhos” – esta é a Marta.)
Hoje foi-se embora. Voltou a casa. Sempre nos disse que iria voltar a Barcelona mas esse regresso nunca teve data, até ao mês passado, quando decidiu que não queria ser a “weird aunt that lives far away”.
Partiu com receio de não se re-apaixonar pela cidade de Gaudi. Que não se consiga re-habituar ao rodopio completamente stressante das grandes cidades – onde, de certa forma incluo Lisboa – que nos fazem movimentar de passo acelerado mesmo que estejamos de ferias. Sempre atrasados. Sempre a correr. Sempre com um lugar a chegar. Não sabe ela que, egoisticamente o seu receio é a minha Esperança.
Sabe, tal como eu, que aqui é mt fácil pegar na bicibleta e ir a qualquer lado (mesmo tendo em consideração as quedas :), mesmo com mau tempo, mesmo correndo o risco de ser atropelada por um Dutch q antes de andar já sabia pedal
ar… e mt tranquilo. Imensos espaços verdes e em dias de Verão… impossível ficar em casa! Mesmo sem mar azul.
Já tenho saudades do “Aniiiitaaaaaaaa”, e dos berys e do “I like it a lot!” com uns olhos azuis a irradiarem alegria e do facto de não perceber como as nossas línguas são semelhantes e do “I lobe chocolat with more chocolat inside and more and more chocolat” ou do “let’s play matraquinhos” e dos Olé às 9 da matina… 9 a aproximar as 10 já que como qq latino a pontualidade não é das suas melhores qualidades. E das mãos das ancas com os pés às três da tarde a dizer “pero oh my god”. E do “Annnnnita pero nonnnn, you habe to come. Look at my angel eyes.”. E a inequívoca expressão “it’s raining que te cagas” em plena
Leidseplein às 5 da matina. E das bicicletas a 8 euros dos junkies. Ohhhhhhhh pá! Valha-nos a Vueling (ou a buelíng)
Ei-la com o cachecol Made in Portugal na noite mais melancólica de Amesterdão no seu bar preferido (oh, it’s bery nice”).


Girl, I am missing you already!

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